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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pensamento...

Passei dias sem produzir poesias...
Calada sem nada para transmitir
Não tive pensamento que me chamasse
A dizer coisas sobre mim.

Talvez a falta de raciocínio lógico
A (in)felicidade da vida
Ao tempo que perco.

Me pergunto se sou realmente alguém
E se sou, porque continuo sem animo?
Só, com as minhas letras a meditar.

Meu Deus que chegue rapido o meu otimismo
Para que pelo menos cresça no amor,
Na felicidade que não consegui.

Me vejo presa entre grades
O silêncio me domina
E o nada para mim é tudo.

Escrevo com o desejo de ser feliz
E me indago, se o que faço tem lógica?
Ou se é apenas ilusão e não serve
Para nada tudo o que escrevi.

O que Guardo na Alma e no Coração

O coração é um cofre aberto.
A alma, um cofre-forte.
O coração é uma caixinha frágil, permeável e volátil, à mercê das paixões.
A alma, uma caixa-forte, inviolável e segura, guardada acima do alcance de vis e vãos sentimentos.
O coração parte-se facilmente, mas refaz-se, embrulha-se de papel de fantasia, e está pronto, para nele entrarem e saírem amores de momento certo, amizades de tempo incerto.
A alma embate e resiste, é nua de disfarces, transparente de cores, invisível de matérias. Mas os danos sofridos ficam para sempre marcados a sangue vivo, visível só por dentro, perceptível por fora apenas a roçares de íntimo querer, ou de sensíveis toques de irmandade nascida...
No coração guarda-se o amor perecível, ainda que vestido de eternidade.
Na alma guarda-se a eternidade do amor, mesmo aquele que demos a quem já pereceu... a quem já passou, e só deixou o perfume, a aura, nua de presença, mas tão cheia de luz!!
No coração guarda-se a lembrança.
Na alma guarda-se a saudade.
No coração, a esperança.
Na alma, a fé.
No coração, a dor.
Na alma, a mágoa.
No coração, a paixão.

SAUDADE

Ela chega, de mansinho,
Paga tributo à penumbra,
Encosta-se, devagarinho,
Planta raízes na sombra...

Ela chega, beijo amargo,
Abraça-me como mãe triste,
Invade-me o lar do âmago,
Prova-me que a dor existe...

Ela chega, toque meigo,
Bate à porta, sem esperar,
Que o silêncio em que me deito
Se abra em flor de cortar...

Ela chega, e eu me parto,
Derramo lágrimas mornas,
No asilo do meu quarto
Conserto-me em suas formas...

Ela chega, de mansinho,
Aconchega-me os lençóis,
Traz dois cálices de doce vinho,
A prova que não há heróis...