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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ausência
Tenho razão de sentir saudade,
Teria toda a razão de te acusar.
Só que sei que não devo nem quero faze-lo
Só que tínhamos ou melhor feito ou melhor

Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora, partiste e.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida em geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os novos rumos de aventura
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

A tua hora tinha chegado, veio sem aviso prévio
sem piedade roubando-me o meu escudo
que eu Julgava ser meu.
Aprendi que nada nos pertence
estamos em recinto emprestado
Sem hora certa de chegada ou de partida

Mas …
Tenho razão para sentir saudades de ti,
da nossa convivência em conversas em afetos,
um simples toque um beijo, nem isso, tenho a tua voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.

Sim, tínhamos tanto para fazer, ver os netos a crescer
Ver o resultado da obra que fizemos e cuidamos
embora não queira acuso-te porque fizeste

o não previsto nas leis do amor e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Agora entendo o que querem dizer estas palavras

“Nada nos pertence e isto é uma passagem”

Fica bem meu amor, segue o teu novo percurso de vida
sei que virás ao meu encontro no dia que eu partir também
cuida de ti meu amor, não te aflijas de não estares para nos proteger
pois outros seres cuidaram de nós com todo o amor.
Amo-te muito e sempre te amarei
obrigado por teres passado na minha vida
Até sempre amo-te.