Bailam como que embriagadas
São como água que corre contente
Fluida e fresca nas madrugadas.
E assim, por aí as vou deixando
Sigo confiante!
A tristeza elas me vão quebrando
À felicidade de tê-las, nada é semelhante.
Minhas palavras não têm fronteiras
São torrente de rio caudaloso
São meu grito, minhas companheiras
Tristes, ou alegres do meu eu saudoso.
Não calam a emoção
Deste meu pensamento livre
Nas asas trazem a ilusão
Da gaivota que em mim vive.
Minhas palavras saem em procissão
Vêm em andores de alegria ou tristeza
Palavras que me dão a mão
Têm aroma de jasmim, dele a beleza
Rezo-as na ermida
São labaredas da candeia acesa
Da infância perdida.
Saem do coração delirantes
Diamantes por lapidar
Às vezes gritantes
Com desejo de rimar
Trazem a raiva
No amor, a força e a serenidade
Não querem que ninguém saiba
Que estou morrendo de saudade.