Pássaro solitário,
perdido do seu bando...
Voa sem destino, delirante,
desvairado, sem rumo...
Cansado, abatido, sedento...
mergulha, perdido no vento...
Desce verticalmente,
sem se importar onde vai dar...
Encontra um charco, bebe água...
sacia sua sede,
e chora...por tudo e por nada...
Por saudades do que não conhece,
do que nunca viu...
Por saudade do que conhece,
de tudo aquilo que viu e...sentiu...
Mas percebe o presente,
sente,entende...
Tem a certeza que existe!
Mesmo que não o tenha visto,
por um segundo sequer...
Não é como um qualquer...
Ele sabe...
Sabe que está lá...a alma lhe diz-lhe...
Mas num rompante, altivo e orgulhoso,
o seu coração dispara...
Pensa alto: "porque não?"
Chega de aflição, de martírio, mortificação!
Alça vôo, tão breve como o pensamento...
As suas asas arremetem-se, batendo velozmente...
Enxuga o seu pranto,
voa como que por encanto...
Não sabe de onde vem,
a força que o mantém...
Já sabe qual o seu caminho...
O seu coração lhe diz,
pois passou de aprendiz e voa feliz...
Pensamento risonho, não mais tristonho!
E tu...já te sentiste assim?
Como passáro desprotegido e...perdido?!
Eu...já...
