É tão bom falar de amor!
Como se uma pluma saísse de mim e me soltasse
E numa passeata tão leve, passeasse
É como comer um pedaço de bolo
E saltar serena pela rua da alegria
É ouvir, calma poesia
Numa manhã soalheira de Domingo
Falar de amor, é como se o corpo
Precisasse mais açúcar no distante pensamento
Esse jeito de falar doce
Esse olhar sem dizer nada
Gosto deste vaguear onde deambulo
De coração perto da boca quase pronto
A explodir, pelo viver das emoções
Falar de amor, é como se houvesse
Outro corpo junto ao meu sem me tocar
Quando a pele arrepia em pensar
E os olhos, descem ao chão
A deixar, o peito com falta de ar
É tão bom falar de amor!
É perceber os pedacinhos do saber
E nas palavras crescer
É silêncio invasor
É voar como se os sonhos me levassem, dali
Para outro lugar
É tão fácil falar de amor
Como fácil é, sentir
Sem estares tão perto de mim
É como sentir o respirar ofegante
No encontro da minha boca
Aquela voz firme e doce
É parar o tempo para lá do tempo
Tremer por saber que a vida
Nunca traz rumo certo
É certo, é divagação, é vento
Que corre lento com mais sabor
Sem deixar de sentir o quanto
É tão bom falar de amor!
