Salva-me, o meu riso,
a criança que há em mim
o nómada do pensamento
o voo alto e solitário dos pássaros
o ver distante
e o estar tão perto,
mesmo assim.
salva-me a viagem
que quer ser sem fronteiras
a liberdade interior
a independência
a força
o encarar dos medos
o Amor
o aceitar humilde da dor
o não ter medo de errar
e o acreditar
ser capaz
de aprender
de ensinar
e de criar
nova mente
sim
e salva-me o prazer
sem culpa
de viver assim
não temendo o conhecido
já desenhado
nem o desconhecido sequer
aceitar-me no salto
em pleno escuro
desfazer o muro
da aparência
salvam-me os olhos, muito
distraídos atentos cegos
claros curiosos perdidos
iluminados ou negros
olhos que desenham
e são desenhados
olhos cansados
estimulados
pacientes
sempre
renovados
olhos apaixonados
pelo ser humano
em ti e em mim
somos um velho novo mundo
a cada novo dia sem fim.
não estamos parados
somos movimento,
sim!